domingo, 8 de abril de 2018

Cosplay como hobby

O cosplay é uma prática famosa no mundo todo, com milhões de adeptos e fãs, que crescem cada vez mais. Os praticantes se vestem como seus personagens prediletos de filmes, histórias em quadrinho e jogos como uma forma de interação com este universo que eles tanto admiram. Conheça um pouco mais sobre a cultura do cosplay no Brasil.
Andy Trevisan em seu Cosplay de Homem-Aranha. (Foto: Divulgação)Andy Trevisan em seu Cosplay de Homem-Aranha. (Foto: Divulgação)
Inaugurada oficialmente em território nacional entre o final dos anos 80 e a primeira metade dos anos 90, a prática ganha até hoje novos adeptos. Com o passar dos anos alguns praticantes ganharam destaque entre os inúmeros brasileiros que prestam homenagens aos heróis. Este é o caso dos cosplayers Andy Trevisan e André Cappela.
Ex-militar aposentado da marinha, Andy é famoso entre os cosplayers brasileiros. Apaixonado pelos palcos e por super-heróis, o jovem resolveu colecionar roupas dos seus personagens favoritos até que um dia foi convidado para participar de um evento no Rio de Janeiro. Conquistando o quarto lugar de uma competição especializada, Andy viu nascer ali uma paixão que unia seus principais sonhos de menino, embarcando de cabeça na ideia desde então.
Conhecido como o “Batman de Taubaté”, Trevisan se tornou uma figura extremamente popular entre os fãs de Cosplay e até pessoas que não praticam o hobby. Apesar de participar de concursos e eventos especializados, ele também visita creches e locais de repouso para idosos vestido como personagens icônicos.
O Batman de Taubaté faz aparições cercadas de expectativas. (Foto: NeoNights)O Batman de Taubaté faz aparições cercadas de expectativas. (Foto: NeoNights)
Questionado sobre sua principal inspiração para seguir praticando o hobby, Andy revelou que estar em constante renovação é um dos seus principais pilares: "Quero sempre apresentar um personagem novo, diferente, e que cause algum impacto aos frequentadores. Interpreto personagens atuais, conhecidos da maioria, mas também os clássicos e, justamente por isso, pouco comuns."
Veterano quando o assunto é Cosplay, Andy abre espaço para a nova geração de jovens heróis e vê com entusiasmo cada vez maior número de praticantes brasileiros. "Esses jovens, meninos e meninas, estudam, pesquisam muito para “dar vida” ao seu personagem, trabalham ou juntam o pouco dinheiro que recebem de mesadas para investir nas roupas e acessórios, reúnem-se em grupos para elaborar apresentações, às vezes estudam outros idiomas para agregar ao seu trabalho." Trevisan falou também sobre os benefícios da prática do cosplay, que é saudável "como tudo que envolve cultura".
Versão do M. Bison do cosplayer André Cappela. (Foto: Jonathan Silva) (Foto: Versão do M. Bison do cosplayer André Cappela. (Foto: Jonathan Silva))Versão do M. Bison do cosplayer André Cappela. (Foto: Jonathan Silva)
A faixa etária é diferente, porém a paixão por elementos da cultura pop coloca Andy Trevisan e André Cappela como praticantes do mesmo hobby. Atualmente com 25 anos, Capella conheceu o Cosplay através da sua namorada, que já era fã de quadrinhos como ele e encarnava alguns personagens.
Formado em artes plásticas, André já tentou tornar o hobby profissão. Apesar de representar personagens com um extrema qualidade, o jovem relata que o resultado não foi satisfatório. "Foi uma experiência ruim, pois em nosso país o respeito à arte é quase inexistente e passei por mais stress do que em meu emprego formal no escritório. Atualmente prefiro manter o Cosplay como hobby”, revelou.
Cappela em seu cosplay de Casey Jones. (Foto: Jonathan Silva)Cappela em seu cosplay de Casey Jones. (Foto: Jonathan Silva)
Questionado se vê preconceito por parte do público em geral, Cappela cita exemplos da visão estereotipada de inúmeras pessoas com relação aos praticantes de Cosplay. O jovem aponta casos de distinção por conta de um suposto padrão de beleza executado pela mídia, abusos contra mulheres consideradas bonitas e até uma visão superior que julga o hobby como uma postura infantil.
Integrante da equipe do site comicscosplaybr, especializado em publicações sobre a prática do cosplay, Cappela comenta: “Já fui convidado a participar de inúmeros programas de televisão, no entanto recuso 70% deles, pois a maioria quer utilizar unicamente o cosplayer como uma atração circense, reforçando preconceitos.”

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